Apresentação:

O evento K-Pg , ocorrido no golfo do México, caracterizado pelo  impacto de um asteroide com o planeta terra, pois fim a 80% da vida no planeta, especialmente,  os dinossauros. No mesmo diapasão, ocorria a separação de Gondwana dando origem a rupturas na costa oeste da África e na costa leste da América do Sul, redesenhando a superfície terrestre e formatando a sua configuração atual. Surgem, então angiospermas em um clima quente e úmido, os insetos polinizadores aparecem e com eles a primeira leishmania – SAUROLEISHMANIA. 

A terra atravessava o período do calcário, conhecido como Cretáceo. As primeiras leishmanias parasitavam os ectotérmicos, mais precisamente os repteis, animais que não conseguem manter a temperatura por muito tempo – animais de sangue frio! Os flebótomos, dípteros alados futuros reservatórios invertebrados das leishmanias, já existiam há alguns milhões de anos, desde o Jurássico. É nesse ambiente de floresta tropical do Cretáceo, há mais de 65 milhões de anos passados, com leishmania e flebótomo interagindo de forma quase luxuriosa, que surge o broto do ciclo biológico, que o Homo sapiens fará parte, de uma das cinco doenças infecciosas e parasitária negligenciada no mundo. Apresentando-se como entidade espectral, um conjunto de morbidades que revela em um polo a doença cutânea simples, passando por apresentações com envolvimento mucoso e tendo em outro polo a forma visceral.

É nesse contexto que os autores se debruçaram na literatura hodierna, para apresentar de forma atualizada os vários aspectos de interesse médico desse conjunto de enfermidades em uma linguagem palatável ao leigo e à expertise, perpassando pelos aspectos morfobiofuncionais das leishmanioses até as medidas profiláticas preconizados pelos sistemas públicos de saúde.

Um mergulho nesse conteúdo, certamente será serotonínico ao leitor, passemos à degustação!